domingo, 15 de maio de 2011

Debaixo da cajazeira

Debaxo da cajazêira,
fiz uma cama de fôia,
prá gazaiá nosso amô!...
E só pruquê eu disse o nome,
teu nome, cabôca ingrata,
o vento, vindo das mata,
cobriu a cama de frô!

Eu te esperei tôda a noite,
inté que rompendo o dia,
a Sôdade, que se ria,
cum pena da minha dô,
tendo passado cumigo,
sem drumí, a noite intêra,
debaxo da cajazêra
viu a cama... e se deito.

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Catullo da Paixão Cearense
Livro: Meu Sertão, pg 179 - 14ª ed.

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